Cenas 312: Fim da primeira temporada no teatro

Hoje é um dia particularmente especial. Terminamos a temporada do Cenas 312, minha peça formatura do módulo de iniciantes no curso de teatro. 

E como chegamos aqui? Nossa história começa há muito tempo atrás, com a mini Kamila de 6 anos. Uma menina pequenininha que tinha medo de falar com todos e se comunicava com bilhetinhos. O tempo passou e o medo tomou formas diferentes: um trabalho da escola, um seminário na faculdade, dificuldade em fazer amizades em um lugar novo. 

Ano passado, falando tudo isso em terapia, a psicóloga me orientou a ir fazer teatro. Confesso que achei inusitado, e nunca tinha pensado em fazer. Tive pouquíssimo contato com o teatro na vida. Tive uma peça da Feiurinha na aula de Português na 5ª série, em que a professora foi um amor e me deu a nota 10 por ter falado bem e alto, devido à minha dificuldade. E desbloqueei uma memória que nem lembrava mais existir, quando quis fazer uma peça na garagem da minha avó e joguei água no meu primo. 

No fim, passei o ano passado inteiro pensando se deveria e criando coragem para ir. Não é fácil entrar em algo novo, sozinha e sendo introspectiva. Até que, no último dia antes das aulas, procurei a escola e já fui me matricular, antes de pensar em desistir. 

E depois de 5 meses, cá estamos, 3 apresentações depois. 

O Cenas, é um compilado de diversas cenas: musical, comédia, raiva, drama. Nossa turma tem uma pessoa com deficiência auditiva, então também aprendemos um pouco de libras para nos comunicarmos com ele e adaptarmos a peça. Que jornada linda! 








Hoje, agradeço à Kamila de 5 meses atrás que embarcou nessa: o teatro me ajudou a me sentir mais vida!

As pessoas ainda leem blog em 2023?

Em um tempo passado, quando não tínhamos internet à ponta do dedo e precisávamos revezar o acesso à rede com o telefone, eu criei meu primeiro blog. 

O ano era 2006. Você precisava de um convite para fazer parte do orkut, só podia postar 12 fotos no álbum e chamávamos as mensagens de scrap. Ah, como era bom receber um depoimento e se sentir querido né?

Nessa época, os blogs eram como um diário virtual. Falávamos sobre gostos, contávamos histórias, criávamos poemas e era basicamente sobre a vida offline. A vida era mais fácil. 

Meu primeiro blog era todo preto, com uma ilustração de um anjo azul (meu deus que brega) e com algum lindo nome que minha memória apagou. Eu escrevia o que sentia e o blog me completava junto com meus livros. 

Um tempo depois, criei um outro blog, mais simpático, com nome gringo e com pegada de diário. Esse durou um pouco mais, mas logo que saí do ensino médio já sentia que não me pertencia mais e que era hora de criar algo que fosse de fato eu. E assim nasceu o Ka com K. 

Desde então, mil vidas vivi. Passei na faculdade, me formei, vivi um luto, um trauma, uma depressão, viagens e passeios legais, operei, fiz outra faculdade, venci um câncer, engordei muitos kilos, me aventurei em coisas novas, criei um canal no youtube, virei noiva, mudei de área de trabalho, voltei pra casa dos meus pais, fiz natação, dança, teatro e uma infinidade de altos e baixos que se vive em tantos anos. 

Hoje, com os 30 anos batendo na minha porta, a rotina apertada, e uma vida não resolvida, sinto falta daquela menina de 13 anos que escrevia o que sentia e compartilhava os sonhos que tinha. Alguns vão dizer que a vida é assim mesmo e mudamos o tempo todo. Outros vão dizer que não o passado nos constrói e não deve ser esquecido.

A verdade é que eu queria me conectar um pouco mais com quem já fui.  Ler um livro de romance para passar o tempo. Ir no cinema com minhas amigas e comer pipoca. Escrever um texto sem prazo para entrega e sem a cobrança de ser bom. E é isso que me traz aqui. Em um texto talvez sem sentido, mas em busca de mim mesma, e quem sabe de alguém do outro lado. 

Em uma internet, em que as pessoas criam textos por inteligência artificial, buscam conteúdos cada vez mais rápidos e dinâmicos, ouvem áudio na velocidade 2x e buscam ao máximo otimizar o tempo, a pergunta que fica é: as pessoas ainda leem blog em 2023?

Arraiá é bom demais né?

Parece obvio, mas é bom lembrar: foto de antes da pandemia

Se alguém me perguntar qual minha época favorita do ano eu vou dizer Festa Junina. Arraiá tem sertanejo, tem comidinhas gostosas, tem brincadeiras, e de alguma forma me lembra muito o interior, as idas à casa da minha vó, as festas de Julho e tudo mais. 

Quando eu estudava em Ouro Preto, em uma das repúblicas que eu morei a gente participava da organização de uma festa junina beneficente. Era super cansativo, mas eu adorava! Fomos a barraca do Choconhaque e depois a da Canjica. É muito louco pensar como juntavamos tanta gente em tão pouco espaço e como tudo mudou tão de repente né?

Seguimos no segundo ano sem ir no arraiá da igreja, mas não sem comer canjiquinha e canjica em casa. E semana passada eu ganhei um sorteio de um Box de Presente da @_eva.presentes com tema de "Arraiá Dendicasa" e eu fiquei tão feliz! Se liga no tanto de coisa gostosa que veio:


Como não amar né? O trabalho da Eva é lindo, e eu aproveito pra indicar vocês para seguir e conhecer mais do trabalho dela!

Hoje teve arraiá no meu setor na empresa. Foi tudo online. Chegou um kit aqui em casa, cheio de coisas coisas gostosas e a reunião teve várias brincadeiras: de pescaria, a brincadeira do Gugu e até Bingo. Foi bem divertido e eu to bem feliz. Dessa vez, não ganhei o bingo nem os sorteios, mas a empresa mandou esse mimo pra gente:


Esse foi um pedacinho do meu sentimento de hoje. Parece que eu voltei a usar o blog como uma espécie de diário né? Espero que não se importem, faz parte do meu processo de conexão comigo mesma. Prometo trazer mais temas legais e alguns menos pessoais pra cá e que vão ser super úteis pra vocês, combinado?

Um beijo e até a próxima!

Sobre se reencontrar




Faz mais de um ano que não apareço por aqui. Queria dizer que eu sumi porque fiquei milionária e finalmente bem sucedida, mas a verdade é que minha vida se resume a trabalhar, estudar, ver vídeos de kombihome no youtube e ler quando posso. Mas isso não significa que não seja uma pessoa de sorte. Em meio a tudo o que tem acontecido aqui e no mundo, ter saúde e familiares bem e sendo vacinados eu sei que é sorte. 

Por um tempo eu pensei em desativar o blog. Falta tempo e energia pra vir aqui. Mas ao mesmo tempo, faz 9 anos que eu sento na frente de um computador e conto um pouquinho de mim e das coisas mais legais que eu vivo. Parece injusto abandonar quem sempre esteve por mim, não é mesmo? 

Sempre que eu olho aqui eu penso: cara, a Kamila de 2012 nunca ia imaginar a vida como ela é hoje. Não estou dizendo que seja algo bom ou ruim, só inimaginável na época mesmo. Eu cresci e amadureci, mas também sofri bastante no processo. E estou longe de onde achei que estaria nessa altura do campeonato. Vejo meus pais com os primeiros sinais da idade chegando e sei que ainda sou um peso que eles carregam. Mas sentar aqui na cadeira e abrir a página do blog me faz, nem que seja por pouco tempo ser de novo a Kamila invencível. 

E acho que no fim, é isso o que me prende ao blog. Eu saber que uma parte de mim ainda pode ter aquela Kamila que não tinha medo de nada e que achava que podia tudo, lutava e gostava e dava um jeito de fazer as coisas acontecerem. 

O Ka com K me deixa viva. Por mais que eu não dê as caras como deveria. Talvez o blog já tenha entrado em desuso e ninguém leia esse texto. Mas em um tempo que eu preciso tanto de autoconhecimento e força, e eu sei que preciso do blog pra isso. Preciso conversar, preciso falar sobre as partes de mim que ficaram pra trás. Preciso me perdoar por não ser quem eu achei que seria. Preciso encontrar meus sonhos de novo. 

Topa voltar pra minha vida?

KA COM K
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